BRT de Londrina terá adaptações para diminuir custos

27/11/2014 - Folha de Londrina

Londrina - O sistema de transporte coletivo baseado no Bus Rapid Transit (BRT), anunciado pelo prefeito Alexandre Kireeff com o nome Super Bus, poderá sofrer adaptações para diminuir custos. O anúncio da necessidade de adaptações no planejamento foi realizado por Kireeff ontem no Clube de Engenharia de Londrina, após a assinatura do Termo de Cooperação entre a Prefeitura de Londrina e a ONG Embarq Brasil.

"Não existe mudança de modelagem. O que nós estamos construindo é o Super Bus, um modelo londrinense de transporte coletivo, de embarque rápido, de integração de regiões e com outros modais de transportes", explicou o prefeito.

Segundo Kireeff, o modelo londrinense possui várias diferenças em relação ao modelo utilizado na capital paranaense. "O modelo de Curitiba é baseado nas estações-tubo e é um sistema que só para em pé com subsídios públicos. Nós não podemos construir um modelo que exija tarifas elevadas e que acabe expulsando o usuário do sistema", acrescentou.

No projeto londrinense estavam previstas as construções de duas linhas, uma norte-sul e outra leste oeste. A estrutura seria composta por canaletas exclusivas, 24 estações, dois novos terminais e a adaptação de outros dois. O investimento previsto é de R$ 143 milhões - R$ 124 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF) e R$ 19 milhões de contrapartida da Prefeitura. Recursos esses que seriam insuficientes para construir e manter o sistema depois de pronto, segundo a avaliação técnica da própria Prefeitura.

O planejamento inicial teria um deficit na operação, que teria de ser subsidiada pelo valor da tarifa, o que a tornaria mais cara.

O assessor executivo do Super Bus, Carlos Alberto Geirinhas, destacou que o interesse é resolver os problemas de mobilidade com um projeto mais adequado. "Temos várias observações a serem feitas, mas não temos expertise para isso. Como não podemos errar e poucas pessoas teriam condições de avaliar isso em Londrina, buscamos quem efetivamente entenda do tema, a Embarq Brasil, que faz assessoria em várias partes do mundo e nos dará assessoria a custo zero", explicou.

O processo de elaboração dos projetos foi suspenso desde que a licitação para a elaboração deles não encontrou interessados, há um mês. A previsão é de que a Embarq Brasil realize a análise do que já foi feito até agora e aponte possíveis mudanças em até 15 dias. Segundo Geirinhas, caso não haja imprevistos, o final das obras acontecerá em 2019.

O presidente da Embarq Brasil, Luís Antônio Lindao, afirmou que a sua organização apoia as cidades nesse momento de grande disponibilização das verbas para as cidades na área de mobilidade urbana. "Essa preocupação com equilíbrio econômico é importante. É importante pensar isso agora, pois as cidades possuem problemas de recursos e o sistema precisa ser autofinanciado. Tem cidades que se apaixonam por monotrilhos e metrôs e depois não ficam de pé. É melhor pensar isso agora do que ajustar depois", alertou. A ong é financiada pela iniciativa privada e trabalha para auxiliar governos e empresas no desenvolvimento e implantação de soluções sustentáveis para o transporte.

Alunos aguardam implantação do sistema

Londrina - Com o anúncio de que as obras ficariam prontas em 2019, muito provavelmente os alunos que estão no primeiro semestre da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), cujo campus fica na zona leste de Londrina, só conseguiriam ser beneficiados no último semestre da faculdade.

O aluno de Engenharia de Materiais da UTFPR, Renan Kenji Kinoshita, de 20 anos, por exemplo, destacou que o sistema facilitaria a vida dos alunos da entidade, já que os ônibus que circulam até a universidade entrecortam os bairros antes de chegar à instituição. "Às vezes a gente chega atrasado, porque não tem um ônibus específico que venha direto para cá", afirmou.

Outro aluno de Engenharia de Materiais, Mateus Ferreira Rodrigues, de 19, é mais cético em relação ao prazo de entrega da obra. "Se a previsão de entrega é para 2019, ela vai sair em 2023. Mas a ideia é boa e tudo começa com ideias. Facilitaria a vida dos estudantes daqui", declarou.

Com a parceria da Embarq Brasil com a Prefeitura, possivelmente o modelo BRT será substituído pelo Bus of High Level of Service (BHLS). Esse sistema teria um modelo de ônibus menor com portas nos dois lados, permitindo integração nos dois lados das pistas. O BHLS permitiria que os passageiros possam embarcar em faixas que não são exclusivas e nos seus próprios bairros. Após o embarque, os ônibus retornam à faixa exclusiva. Esse sistema já foi implantado em municípios como Niterói (RJ). (V.O.)
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