Prefeitura tem 12 meses para iniciar obras do BRT

14/03/2014 -Folha de Londrina / Jornal de Londrina

Londrina - Se a Prefeitura de Londrina cumprir com a promessa de finalizar o processo licitatório dentro do prazo, em março do ano que vem a cidade já começará a ver os primeiros sinais das obras de implantação do Bus Rapid Transit (BRT), o chamado ônibus rápido, em seu sistema viário. Considerado a solução mais viável de deslocamento público em transporte coletivo nos grandes centros, o BRT londrinense terá um investimento global de R$ 143 milhões, dos quais R$ 124,7 milhões serão financiados pela Caixa Econômica Federal, com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Os outros R$ 19 milhões virão como contrapartida da prefeitura. As obras integram o programa de mobilidade urbana do PAC2.

O contrato com a Caixa foi assinado ontem à tarde, na sede da Superintendência Regional, em solenidade que contou com a presença do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) e diversas autoridades políticas, incluindo a ex-ministra da Casa Civil e atual senadora Gleisi Hoffmann (PT) e os deputados federais André Vargas (PT) e Alex Canziani (PTB).

A prefeitura tem 12 meses para concluir o processo licitatório e mais 36 meses para execução e conclusão das obras, que têm que ser entregues em meados de 2018. O projeto de implantação do Super Bus, que é como o BRT será denominado em Londrina, foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippul) e prevê a construção de linhas exclusivas para o ônibus rápido, com dois corredores específicos de integração, um ligando as regiões norte e sul (linha verde), e o outro, as regiões leste e oeste (linha amarela).

"Temos que finalizar o detalhamento técnico do projeto para abrir o edital de licitação e finalizar essas licitações no prazo de 12 meses para iniciarmos as obras. E uma vez iniciadas, teremos 36 meses para concluí-las", afirmou o prefeito Alexandre Kireeff, descartando intervenções da prefeitura antes dos primeiros 12 meses de análise e definição do processo licitatório. "Agora o trabalho é interno para que possamos licitar as obras e entregá-las dentro do prazo previsto pelo PAC 2 de mobilidade urbana. Nossa intenção é cumprimos integralmente e rigorosamente esse prazo", ressaltou. Kireeff adiantou que não há previsão de quantos ônibus rápidos irão operar o sistema e nem quais empresas concessionárias estarão habilitadas a participar da licitação.

Mudanças

As avenidas Dez de Dezembro e Leste-Oeste sofrerão as principais mudanças estruturais para comportar os corredores exclusivos dos ônibus rápidos. A canaleta que cruzará as regiões leste e oeste terá 13,4 quilômetros de extensão e 13 estações para embarque e desembarque ao longo de todo o percurso, cujos pontos de partida são a Avenida Luigi Amorese, nas proximidades do Jardim Leonor, e a Avenida dos Pioneiros, próximo à Universidade Tecnológica Federal (UTFPR). A linha passará por quase toda a extensão da Avenida Leste-Oeste, onde está prevista a construção de pelo menos um viaduto, no cruzamento com a Rua José de Alencar, no Jardim do Sol, e um "mergulhão" que passará por baixo da rotatória com a Avenida Rio Branco. Uma outra intervenção de impacto será a interligação dos corredores norte-sul com o leste-oeste, no entroncamento com a Avenida Dez de Dezembro, nas proximidades do Marco Zero (zona leste).

O corredor norte-sul cruzará toda a Dez de Dezembro, a partir do Terminal do Acapulco, com a Rodovia Carlos João Strass, no Lago Norte. Serão 10,6 quilômetros de extensão com 11 estações, com a previsão de construção de três passarelas, uma trincheira e, já na estação do Lago Norte, um novo viaduto.

O projeto do Ippul também prevê a interligação das estações BRT com outros meios de transporte como os ônibus convencionais, além de 24 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas. Os terminais oeste, leste, norte e sul dos ônibus convencionais também serão interligados com o sistema Super Bus. No Terminal Central, a conexão será feita por meio de uma passarela, já que a estação ali ficará na área baixa da Avenida Leste-Oeste. As estações seguirão o modelo adotado em Bogotá, na Colômbia, com estruturas metálicas acopladas em módulos com tratamento térmico e acústico.

Jornal de Londrina

Super Bus promete revolucionar transporte coletivo em Londrina

Foi dado o pontapé inicial no projeto que promete revolucionar o sistema do transporte coletivo de Londrina. O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) assinou na tarde de quinta-feira (13), em cerimônia com diversas autoridades, o contrato de financiamento pelo programa Pró-Transporte, do Ministério da Cidade, para implantação do Bus Rapid Transit (BRT).

O investimento será de R$ 143 milhões - R$ 124 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal (CEF) e R$ 19 milhões de contrapartida da Prefeitura. A previsão é de que em 48 meses o sistema seja inaugurado. As obras devem começar em 12 meses. O prazo de conclusão é de 36 meses.

Segundo Elcio de Lara, a primeira parcela do financiamento deve ser liberada para a Prefeitura com a entrega dos projetos básicos

Estações

O sistema é inspirado no de Bogotá, segundo Kireeff. 'São estruturas modulares, metálicas com tratamento térmico e acústico. Todas terão paraciclo (estacionamento para bicicletas).'

Intervenções no eixo leste-oeste

Alargamento do viaduto sobre a BR-369; construções de viaduto próximo à praça do Jardim do Sol, de trincheira no cruzamento da Avenida Rio Branco com a Leste Oeste e de elevado (viaduto de longa extensão) ligando a Leste Oeste à Avenida Atílio Octávio Bizatto.

Intervenções no eixo norte-sul

Construções de viaduto na Avenida Dez de Dezembro para transpor a rotatória da Avenida Leste Oeste, de trincheira no cruzamento da Avenida Sylvio Barros com a Rodovia João Carlos Strass passando por cima do Córrego Cabrinha e seguindo até o Terminal Norte, que ainda será erguido.

Terminais

Serão construídos os terminais Norte e Leste. Os terminais Acapulco e Oeste passarão por reformas e ampliações. O central será integrado ao sistema BRT.

O superintendente regional da CEF, Elcio de Lara, explicou que o financiamento foi feito com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que deve começar a ser paga em 48 meses, ao longo de 240 meses. A primeira parcela do financiamento deve ser liberada para a Prefeitura com a entrega dos projetos básicos até o final deste ano.

A diretora de Mobilidade Urbana do Ministério da Cidade, Luísa Gomide, destacou que o programa do qual Londrina faz parte selecionou projetos de 50 cidades com mais de 250 mil habitantes e menos de 700 mil. 'O objetivo é apoiar os projetos para maior utilização do transporte coletivo para construir cidades sustentáveis.'

Segundo Kireeff, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), que elaborou o anteprojeto selecionado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, trabalhará agora nas adequações técnicas. O Super Bus, como é chamado pelo prefeito, vai interligar Londrina de norte a sul e de leste a oeste e, segundo ele, será a solução para garantir mais eficiência ao serviço sem encarecê-lo.

'Para reduzir o tempo de espera, principal reclamação do usuário, a saída hoje é aumentar o número de ônibus, o que impacta no preço da tarifa', explicou. O sistema BRT inverte essa lógica e atua na redução do tempo de percurso do ônibus.

No novo sistema, os trajetos serão feitos em tempo menor, mas o prefeito não especificou quanto. Isto será possível porque os ônibus vão circular em vias exclusivas, sem semáforos, com viadutos e trincheiras que serão construídos percurso, atravessando rotatórias ou passando por baixo delas. Os coletivos são articulados, medem 21 metros de cumprimento e são capazes de fazer viagens em até 60 quilômetros por hora.

Além disso, o embarque e desembarque rápido também é um fator para redução no tempo de viagem. A cobrança da passagem será feita nas estações e não nos ônibus. Kireeff destacou que o modelo de coletivo escolhido por Londrina para o novo sistema é semelhante ao de Bogotá que, de acordo com ele, é mais moderno que o de Curitiba.

A caneleta de circulação do Super Bus com a estação de embarque e desembarque estará localizada no canteiro central da via. Ao lado haverá a pista de rolamento (para o tráfego dos outros veículos), a ciclovia e a calçada. Todo o percurso do ônibus, que será acompanhado por ciclovia, terá 24 quilômetros. Nas estações, haverá estacionamento para as pessoas deixarem bicicletas.

Sistema BRT

O sistema BRT será constituído de dois corredores que cortarão a cidade. O sentido leste-oeste, chamado de linha amarela, seguirá pelas Avenidas Luigi Amorese, Leste Oeste, Atílio Octávio Bisatto e Pioneiros. Serão 13,4 quilômetros e 13 estações de embarque e desembarque.

O corredor de norte a sul, chamado de linha verde, passará pela Avenida Dez de Dezembro e a Rodovia João Carlos Strass e terminará no Lago Norte. Esta canaleta terá 10,6 quilômetros e 11 estações.

Para evitar o tráfego de outros veículos, as canaletas dos ônibus rápidos terão uma divisória. O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) destacou que as canaletas serão de concreto e não de asfalto, para serem mais resistentes.