Faixa exclusiva é aprovada em Londrina

22/08/2010 - Band Repórter - Paulo Ferreira

Foto: ACIL
Foto: ACIL
Faixa foi implantada em Abril


Domingo, 22 de Agosto de 2010 - 11h07 - Segundo a Companhia Municipal de Transito e Urbanismo (CMTU), pesquisa aponta alto índice de satisfação dos londrinenses sobre a faixa exclusiva para ônibus implementada a fim de agilizar o fluxo de veículos no trânsito. A mudança foi realizada na Rua Professor João Cândido, uma das vias mais movimentadas de Londrina. Procurada pela reportagem, a CMTU, por meio do diretor de trânsito, Wilson Santos de Jesus. “Vários veículos de comunicação se propuseram para fazer as pesquisas. Logo na primeira semana, indicaram 67% de aprovação e na segunda, 82%. Nós esperávamos no mínimo 51%”, afirma o diretor.

“Priorizamos a maioria da população que utiliza o transporte coletivo. Sem desconsiderar a minoria, evidentemente”, disse Santos. “Hoje o centro está mais leve e Londrina respira o ar de cidade grande”, comemora. A mudança foi rápida, e mesmo com aprovação inicial do londrinense, houve certa resistência por partes de comerciantes e motoristas, pela falta de vagas para estacionar seus carros, “mas isso já era quase impossível”, esclarece Santos. De fato, muitos dos comércios utilizam estacionamento próprio, enquanto que outros são mais visitados pelos pedestres. Por essas razões, os lojistas não sentiram muito a diferença na freqüência do cliente, sendo importante que “o fluxo de carros melhorou, pois antes era muito travado”, conta um comerciante da região.

Os proprietários de estacionamento comemoram a medida, para eles, o uso dos espaços particulares para carros cresceu, “creio que a partir de agora o movimento vai aumentar”, disse o dono de um estacionamento no quadrilátero central. Os usuários do transporte coletivo gostaram da mudança. Para muitos, a faixa facilitou ao cidadão chegar mais cedo em casa ou no trabalho. A única restrição é que “o último ponto fica em frente à Sercomtel e fica muito longe de quem trabalha no calçadão e precisa pegar o ônibus, por isso necessita de mais pontos”, declara uma funcionária de farmácia.

“Para mim ficou ótimo, está mais rápido para atender o cliente”, comenta um taxista. Embora a maioria aprove, há, ainda, quem critique a implementação pelo fato de proibir o estacionamento das motos e carros em toda a rua. “Estragou, agora a gente não pode mais parar aqui”, aponta um motoqueiro. Por sua vez, um problema se encontra em alguns motoristas que não respeitam o limite de velocidade. O espaço ganho dá uma falsa impressão de liberdade, e os condutores “Precisam tomar consciência: a via não é pista de corrida”, afirma um agente de trânsito da CMTU, que não quis se identificar. “Os motoristas, principalmente de ônibus, passam por aqui a 70 km/h, quando o permitido é 40 km/h”, complementou.

A instalação de radares ajudaria para intimar os motoristas. “Nós não podemos fazer nada, e só assim há como multar os infratores”, falou o agente. Os motoristas de ônibus negam a acusação, pois “respeitamos a velocidade, é tudo mentira”, segundo um motorista. “Antes, os ônibus andavam atrás dos carros e, agora, como andam livres, parece que estão mais velozes. Se for analisar, a velocidade está normal”, declarou outro. “Há quem exagere, mas isso sempre será antes, agora e depois. Também não é a maioria que faz. O Hoje é totalmente diferente a sensação, mas o carro está dentro da velocidade permitida pela lei”, argumenta Wilson Santos. “O veículo está mais rápido? Sim, acontece que antes estava bem abaixo da velocidade que deveria. A CMTU requisitou um radar móvel para agir contra os reais infratores”, completa.

Além da Rua João Cândido, a operação de faixa exclusiva contempla cerca de 1,3 km da Avenida Duque de Caxias, “onde o resultado deve melhorar”, segundo Santos. “Estudamos a implementação também nos sentido leste-oeste (Benjamin Constant, Goiás, Pará e Sergipe) e norte-sul (Rio Branco e Winston Churchill)”, acrescenta. Para melhorar o fluxo, a CMTU ainda projeta a mudança dos controladores semafóricos, de mecânicos para eletrônicos, “a fim de melhorar a sincronia dos semáforos e criar a onda verde”, indica o diretor Onda verde ocorre quando todas as luzes verdes estão acesas numa mesma via. O orçamento para essas alterações deve ficar em torno de R$ 6 milhões, sendo, a previsão operacional a partir deste ano.